Como definir um pró-labore justo sem comprometer as finanças da clínica

Abrir uma empresa de saúde, clínica ou consultório próprio é um passo importante na carreira de enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos. Mas junto com a autonomia, surgem responsabilidades administrativas que impactam diretamente na saúde financeira do negócio.


Um dos pontos que mais gera dúvidas é: quanto retirar de pró-labore sem comprometer as contas da empresa?

O que é o pró-labore?

O pró-labore é a remuneração mensal paga aos sócios que atuam diretamente na gestão ou no atendimento da empresa. Diferente da distribuição de lucros, ele funciona como um “salário” para quem trabalha no dia a dia do negócio, sendo obrigatório para fins tributários e previdenciários.

Os desafios na definição do valor

Muitos profissionais de saúde acabam caindo em dois extremos:

  • Definem um pró-labore muito alto, retirando mais do que a clínica consegue suportar e comprometendo o fluxo de caixa.
  • Estabelecem um valor muito baixo, prejudicando o próprio sustento e criando insegurança financeira pessoal.

O equilíbrio é essencial para garantir tanto a saúde financeira da empresa quanto a do profissional.

Passos para definir um pró-labore justo

1. Conheça os custos fixos e variáveis

Antes de pensar em retirar qualquer valor, é fundamental ter clareza sobre as despesas mensais da clínica: aluguel, folha de pagamento, impostos, sistemas de gestão, materiais e demais custos operacionais. Isso permite entender quanto sobra de caixa para remuneração e investimentos.

2. Defina uma reserva de emergência para a clínica

Assim como na vida pessoal, a clínica precisa ter uma reserva financeira. Destinar parte do faturamento mensal para um fundo de segurança evita problemas em meses de menor movimento e garante estabilidade.

3. Baseie-se no faturamento líquido

O pró-labore deve ser definido considerando o que sobra após o pagamento de todas as despesas. Uma boa prática é retirar entre 10% e 20% do faturamento líquido (dependendo do porte e maturidade da empresa), mantendo espaço para reinvestimento.

4. Considere o valor de mercado da sua profissão

É importante que o pró-labore seja compatível com a função exercida. Pesquisar a média salarial da sua área (enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas ou psicólogos) ajuda a balizar um valor justo e realista.

5. Revise periodicamente

As finanças de uma empresa mudam com o tempo. Crescimento de pacientes, novos colaboradores ou investimentos em estrutura podem alterar a margem disponível. Por isso, o pró-labore deve ser revisado regularmente para se adequar à nova realidade.

Exemplo prático

Imagine uma clínica de fisioterapia com faturamento mensal de R$ 40.000,00. Após o pagamento das despesas fixas e variáveis (R$ 28.000,00), sobra um lucro líquido de R$ 12.000,00.

  • Reserva para reinvestimento: R$ 4.000,00 (33,33%)
  • Pró-labore do sócio: R$ 6.000,00 (50%)
  • Margem de segurança: R$ 2.000,00 (16,67%)

Assim, o profissional garante sua remuneração sem comprometer o crescimento do negócio.

Conclusão

Definir um pró-labore justo exige equilíbrio entre a realidade financeira da empresa e as necessidades do profissional. Planejamento e acompanhamento constantes são essenciais para evitar retiradas excessivas e garantir sustentabilidade no longo prazo.

Na adm.care, ajudamos enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos a estruturar a gestão financeira para recebimento através de uma PJ, oferecendo uma estrutura com todo o planejamento tributário, organização do fluxo de caixa e suporte contábil já especializado.


Assim, você foca no que realmente importa: cuidar de seus pacientes, enquanto nós cuidamos da saúde financeira no seu dia a dia.

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